sexta-feira, 27 de março de 2009

Actividades Económicas (1ª parte)


Vila Nova de Gaia ganhou importância economicamente, em muito, devido à sua posição fronteiriça tanto com o Rio Douro como com o Oceano Atlântico. Pois, estes eram o único meio de comunicação existente desde os tempos mais longínquos, vindo por esta via os mais variados produtos do Alto Douro e de todo o mundo.
Tendo isto em conta, já D. Afonso III e D. Dinis atribuíram os forais às distintas povoações que outrora existiram, de modo a fazer da margem esquerda do rio um entreposto comercial.
Com isto, desde muito cedo se desenvolveram actividades ligadas ao rio e outras que as complementavam, predominando, desde a Época Moderna, os homens de mar como pilotos, carpinteiros de naus, calafates1, estivadores2, marinheiros e artífices; mercadores e homens de negócios, mas também ferreiros, entalhadores3, imaginários e mestres de pedraria.
A estes juntavam-se os pescadores das actuais zonas da Afurada e da Aguda que, do alto mar da zona galega, traziam a pescada e do rio o sável, que se perdeu com a construção da Barragem de Crestuma.
Além destes, havia os tanoeiros que se dedicavam ao fabrico de pipas para conservar o vinho, um importante produto que séculos mais tarde irá ser uma marca para a cidade.
Pois, só a partir de 1777 os armazéns de vinho de embarque passam a situar-se na sua maioria em Gaia e em Vila Nova, onde não estavam sujeitos aos impostos a favor do bispo do Porto, passando por isso as povoações a ser somente um entreposto do Vinho do Porto no século XVIII.
Com efeito, este município começa a ganhar importância a par do Porto, através do crescente desenvolvimento económico e social, conseguido com as reformas de Marquês de Pombal, as quais modificaram o urbanismo de Gaia e de Vila Nova medievais com a instalação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro (Real Companhia Velha) em Vila Nova (armazéns), Arnelas (armazéns) e Crestuma (fundição).
1Calafates – homens que concertavam as embarcações e as pipas
2Estivadores – homens que carregavam e descarregavam as embarcações
3Entalhadores – homens que trabalham a talha, trabalham a madeira

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